domingo, 4 de janeiro de 2009

Medo

Medo? O que é o medo?, já se perguntava Dostoiévski. Medo de ser, sentir, viver. Qual a função essencial do medo? Pra que ele serve? A que ele nos impulsiona? Ou será apenas um empecilho, puro e simples? Eu sempre acreditei que o medo nos levasse a algo maior. Afinal, além de um grande medo sempre se esconde uma grande conquista, mesmo que ela só faça sentido para o nosso eu interior. Pra mim o medo pode ser uma grande fonte de energia. Mais ou menos como a raiva. Adrenalina. Vontade de ir além. O medo como uma parede de tijolos que se quebra a marretadas, até as mão sangrarem. Mesmo que do outro lado não tenha nada, o importante é poder chegar ao outro lado. Acho que nenhuma das minhas conquistas até hoje teria tido o mesmo sabor sem o medo. As marretadas. O sangue. A superação. A coragem para ir além - porque a coragem verdadeira só existe quando se tem medo, muito medo. Parece que as coisas perdem um pouco o sentido, perdem a graça, quando deixamos de ter medo. Pensando bem, acho que eu sempre segui o caminho dos meus maiores medos. Sempre aquela busca incessante pelos sentimentos mais intensos - por piores que fossem. Na verdade, se é que existe alguma verdade, o medo não tem nada de mal, o medo é uma força propulsora essencial à vida. Sim, eu tenho medo. E eu sei que enquanto houver alguma coisa a temer eu, pelo menos, estarei vivo.

5 comentários:

Anônimo disse...

qual é a emoção de não sentir medo?

Anônimo disse...

eu não gosto de sentir medo. só pra constar.

Ryan Mainardi disse...

O medo é - quase - sempre presente, independente de gostar-se ou não.

Crazy Mary disse...

Senti muita falta de ler tuas coisas esses dias. Que bom que posso ler agora. Beijo.

tiago. disse...

die fetten jahre sind vorbei.
[the edukators]

já assistiu? então tá na hora certa pra assistir.