sábado, 13 de setembro de 2008

Diário de Viagem - Parte VI

04/Set (7º Dia)
O clima metropolitano desta cidade já está me afetando. É tudo muito acelerado. Estou estressado, tenso, cansado. Não durmo bem à noite, tenho pesadelos, me agito. Acordo cansado. Já estou sem forças. Nós temos pouco dinheiro e as coisas não estão dando certo. O frio finalmente chegou à Buenos Aires e parece que é agora que a jornada finalmente vai começar. Pelo menos a jornada espiritual.
Graças ao nosso amigo colombiano, hoje nós descobrimos onde fica o Carrefour. Descobrimos também que moramos mais perto do centro do que pensávamos. Mas como nem tudo são flores, fomos almoçar no Ouro Fino Café, na Avenida de Mayo, e descobrimos que nem todos os cafés de Buenos Aires são maravilhosos. O ambiente até que era bonitinho, mas os cafés eram horríveis e a comida intragável.
Estamos cansados. Viemos para casa cedo.

Hoje finalmente compramos todos os apetrechos necessários para fazer funcionar a nossa mini-cozinha, e teremos uma bela refeição com cappuccino bem quente (porque afinal, está um frio do caralho), um pacote gigante de “Papas Fritas Clássicas Lays” (as melhores batatas-fritas do mundo) e uma lata de biscoitos amanteigados (divinos). Nós precisávamos de uma refeição decente depois do nosso almoço fracassado.

Hoje descobrimos também um supermercado na rua Piedras, aqui bem pertinho do albergue. Um super onde há grande variedade de cervejas de um litro por preços módicos, onde há garrafas de Coca-Cola retornáveis e também várias ofertas de vinhos (Gato Negro e Reservado Concha y Toro por 6,80 pesos cada).
À noite voltamos para o albergue, onde o Miguel – nosso amigo colombiano – nos informou que é muito fácil conseguir o visto na imigração – mediante um pagamento de cerca de 200 pesos por pessoa.
Agora à noite a Karina finalmente conseguiu ligar pra casa. As ligações internacionais aqui são muito baratas. Na verdade, todo o custo de vida em Buenos Aires é muito barato – inclusive os programas culturais, afinal, Buenos Aires é uma cidade culta. Aqui se transpira cultura, mas nós continuamos pobres, e apesar do baixo custo de vida, o teatro e os shows de tango ainda nos são inviáveis.
Estou cansado.

Final de noite: Os fósforos do Afonso estão acabando. Comprei um isqueiro lilás para acender os incensos que comprei dos hippies. A noite acaba entre goles de Amarula (cortesia do Afonso) e ao som de Cássia Eller.

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