Busco combater a minha solidão metropolitana em cafés. Observo as outras pessoas conversando e intimamente desejo ser uma delas. Mas estou sozinho.
Hoje cortaram a minha luz. Esqueci completamente da luz quando fiz a mudança. Eu nunca fui muito bom com estas questões práticas da vida. Sempre alienado – é o que me dizem.
É final de julho e o inverno parece ter atingido o seu máximo esplendor. O frio enregelante castiga a boca e os olhos. O clima paranóico de medo da gripe suína paira no ar. A vida segue.
Pessoas entram e saem do café. Ninguém presta atenção em mim. Mas eu continuo aqui, ansiando desesperado por qualquer contato humano, qualquer um que se compadeça de mim e sente ao meu lado para ouvir minhas histórias. Ou para me contar histórias, eu sempre gostei tanto de ouvi-las – quanto mais fantástica melhor.
Permaneço sozinho no café, esperando um olhar, um sorriso, um abraço – mesmo com a gripe suína. Mas ninguém ouve o meu grito silencioso; ninguém presta atenção no meu desespero.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
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4 comentários:
Fico sempre ansiosa por um post novo.
Sempre gosto.
"Busco combater a minha solidão metropolitana em cafés."
Parece eu.
Ainda estou me adaptando à vida metropolitana.
Tenho feito o mesmo, porém a solidão nunca é combatida. Sempre sou a única pessoa sozinha nos cafés, cuja companhia não vai além do café de menta com chantilly. Às vezes eu até gosto. Às vezes eu odeio.
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