terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Confusão

Será que eu sou incapaz de sentir amor? Eu era fraco, covarde, idealista & romântico. Amava sem medidas, mendigava o carinho e a atenção dos outros. Mas só sofri e me machuquei com isso. Então cresci e me tornei cético, cínico & amargo. Desaprendi a amar e a acrditar nas pessoas. Criei uma couraça, uma armadura. No fundo, é apenas outra forma de fraqueza, um pouco mais rebuscada. E pior, eu diria. O fraco que ama e se decepciona e sofre tem seus méritos, pois teve coragem de abrir o seu coração e tentar. Eu já fui assim. Hoje tenho medo. Já são muitas cicatrizes. O corpo e a mente enfraqueceram. Já não suportam mais os baques de outrora. Uma ilusão, como aquelas de antigamente, seria muito perigosa. Hoje eu não suportaria uma queda daquelas. Então a hipocrisia. Afastando a tudo & a todos. Uma armadura impenetrável. Covardia. Proteção. Sobrevivência. É muito mais fácil assim. Menos perigoso. Só decepção e tédio. Decepção comigo mesmo e tédio com o mundo sem amores intensos. Tédio com o mundo que eu escolhi pra mim - por covardia. Me sinto fraco. Escolhas... tudo são escolhas. É impossível saber qual a correta. No fundo não é uma questão de certo ou errado, trata-se de escolher o que se quer pra si. E muitas vezes temos que escolher mesmo sem saber. Um tiro no escuro. E eu sempre tive medo do escuro. Daí as escolhas por covardia. Armadura. Proteção. Auto-anulação. Medo. Hipocrisia. Fingindo ser o mais forte e negando o amor por medo, dizendo ser por coragem. Fica vazio. Fica tudo vazio. Por dentro e por fora. Eu e o mundo. Nada mais faz sentido. É como se eu estivesse assistindo um filme japonês abstrato sem legendas. O inconsciente captura, mas eu não compreendo. Só consigo sentir, e o sentimento puro, sem uma explicação racional, confunde - enlouquece. Enlouquece. Enlouquece...

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