quinta-feira, 12 de junho de 2008

Carta ao Ryan (por Carla Abreu)

Amor do meu mundo, dos meus sonhos, dos meus dias, da minha vida.
Existe uma frase linda da Adélia Prado que diz:
“Uma noite estrelada vale a dor do mundo”.
Eu leio essa frase e fico submersa. Tanta coisa vale a dor do mundo. Tanta coisa vale a dor do meu mundo. Você vale a dor do mundo. Vale, porque você direciona meus sentidos. Porque é múltiplo, indecifrável. Se tornou meu foco. Meu ponto de referência. Minha melhor surpresa.
Antes eu estava perdida.Perdida em um desejo enorme. Sem planos. Sem motivos. Sem nada de novo e sem coração. Então eu me apaixonei. Me apaixonei por você. Pelos seus olhos que me olhavam e me pediam em silêncio.
Vai, toma, leva. Me emprestei um pouco, agora leva o resto. Não tenho o que fazer com o que ficou de mim. Meu juízo foi pro lixo. Olha, amo você. Assim como amo minha loucura. Me entende? Eu sei que sim. Porque você é mais louco que eu, achei alguém mais louco e lindo que eu. E você é romântico. Meu Deus! Suas palavras são tão eternas que eu poderia morar nelas e ser cada letrinha de suas frases. Desde então, te quero fazendo parte da minha vida, dos meus planos, das minhas loucuras.Nossa loucura junta nos salva...
Então leva. Me leva e não devolve. Me leva e constrói um barco, vamos ler Jonh Fante, ficar bêbados de prazer, vamos fazer alguma coisa grave porque nada mais nos resta. Te resta? Eu te resto. Eu e nossa loucura. Nossos planos foram reduzidos a pó. Junta nosso lixo, joga tudo fora, não temos nada mais pra sonhar. Mas temos vida, um coração que bate.Melhor, que capota.
Temos ainda nossa falta de juízo, nossas palavras, nossos gostos parecidos, nossos medos e uma imaginação sem fim. Será preciso mais?